Reivendo um verme depois de 46 mil anos congelado

Cientistas conseguiram realizar uma façanha extraordinária ao reanimar vermes adormecidos por quase meio século. Os nematoides, encontrados congelados no pergelissolo siberiano, voltaram à vida após serem reidratados em laboratório. Essa capacidade de tolerar temperaturas extremas se deve ao estado de criptobiose, no qual os organismos suportam a falta de água e oxigênio. A datação por carbono situou o adormecimento dos vermes no final do Pleistoceno, há cerca de 46 mil anos.

Embora não seja a primeira vez que nematoides são reanimados, nunca se havia conseguido após um hiato tão prolongado. Os pesquisadores identificaram genes que permitem a esses vermes entrar em estado latente, os mesmos presentes em nematoides atuais. Em laboratório, ambas as espécies produziram o açúcar trealose quando levemente desidratadas, possivelmente viabilizando a resistência ao congelamento e desidratação intensa.

Os vermes, medindo cerca de 1 mm e com ciclo de vida de poucos dias, morreram após se reproduzirem e gerarem várias gerações em ambiente controlado. A equipe seguirá examinando seus descendentes para desvendar por completo os mecanismos de adaptação a condições extremas.

A sobrevivência milenar dos nematoides siberianos é notável. Apesar de minúsculos, esses vermes desafiam limites biológicos e nos ensinam sobre resiliência e adaptabilidade. Sua reanimação abre portas para desvendar segredos da longevidade extrema. Estudá-los promete insights valiosos sobre tolerância fisiológica e preservação da vida.

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