A famosa pílula antirressaca, que ganhou notoriedade ao começar sua distribuição no Reino Unido em julho deste ano, também será disponibilizada no Brasil. O suplemento despertou a curiosidade de todos que gostam das noitadas cheias de drinks e cerveja, mas que se arrependem amargamente no outro dia quando chega ela; a ressaca.
Em entrevista ao O Globo, a empresa sueca De Faire Medical, responsável pelo desenvolvimento da pílula Myrkl, afirmou que estão 'lançando (o produto) no Brasil nos próximos três meses, mas a data exata ainda não está confirmada'. A Myrkl já está disponível para o envio em 18 países por meio do site oficial. O Brasil deverá ser parte dessa lista a partir do fim de novembro.
A pílula antirressaca, que é considerada um suplemento alimentar e não um remédio, promete 'quebrar' as moléculas de álcool ainda no intestino, antes que ela chegue ao fígado e cause desconforto ? já que é o fígado quem transforma o álcool em ácido acético e acetaldeído, que são tóxicos para o nosso corpo. A ação reduz a metabolização da substância não apenas no órgão, mas na quantidade que cai para a corrente sanguínea.
Ela também diminui os efeitos no cérebro, como as tonturas características da embriaguez. Ou seja, para quem busca essas sensações (como os famosos ditados 'eu bebo para ficar ruim') não irá encontrar utilidade no produto. A Myrkl é composta pelas chamadas 'bactérias boas', além de um aminoácido chamado de cisteína para potencializar o efeito e uma dose de vitamina B12. O conjunto atua na microbiota do intestino, assim a adição da dose é o que ajuda a 'dissolver' o álcool.
O suplemento está sendo vendido em uma caixa com 30 unidades. No Reino Unido, o valor é de 30 libras (aproximadamente R$ 180 na nossa cotação atual), sem contar o frete. Segundo a De Faire Medical, a dose indicada é de duas pílulas antes da bebida alcoólica.
Estudos já comprovaram o efeito da pílula. Um experimento publicado na revista científica Nutrition and Metabolic Insights, em junho, acompanhou 24 participantes que tomaram a Myrkl entre uma e 12 horas antes de começar a beber. Em comparação com um grupo que não usou a pílula, uma redução de 70% da presença do álcool no sangue daqueles que se precaveram com o suplemento foi observada.
Vale destacar que os resultados valem para baixas doses de álcool. Alguns especialistas, inclusive, criticam o estudo, já que o consideram pequeno e com pouca diversidade ? na pesquisa, os voluntários beberam apenas duas doses de destilado e, período antes de ingerir a pílula, já estavam consumindo probióticos. Além disso, médicos apontam que o suplemento pode ser uma justificativa para que as pessoas bebam ainda mais, se apoiando na ideia de que a pílula é milagrosa, o que não é, gerando outra preocupação.